A mesa política educacional do segundo turno de atividades do 1º Congresso FTE-BA, refletiu a respeito do Sistema Nacional de Educação e as Modalidades de Ensino (Ensino Integral e a Educação de Jovens e Adultos – EJA), mediada por Edneia Loula, professora e Presidente do SSPMJD- João Dourado e Reginaldo de Riacho de Santana,com as análises da Professora Dra. da SEC-Bahia, Catarina Cerqueira e a Dra. pela UFBA, Gilvanice Musial.
Catarina, provocou a plenária a pensar o sistema educacional sob uma perspectiva nacional do SNE que é formado por vários sistemas. A temática da tarde debateu sobre as modalidades de ensino, oferta e da defesa de que a Educação Integral em Tempo Integral que não pode ser pensada sem levar em conta a estrutura das escolas (biblioteca, vestuário, cozinha preparada para ofertar três refeições), e que também valorize o profissional da educação e democrática. “Defendemos sempre um território educador, uma Escola Integral em Tempo Integral com uma educação que vá além dos muros da escola,” afirmou.
Sobre o Ensino de Jovens e Adultos, o EJA, um relatório de monitoramento, apresentado pela professora Gilvanice, revelou que no Brasil, existem atualmente cerca de 11 milhões de pessoas não alfabetizadas, números assustadores que se agravam ainda mais quando detalhados por regiões. Uma forma de diminuir essa estatística, são as escolas de EJA, modalidade de ensino prevista na LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (9.394/96), e no PNE.
E a falta dessa educação básica reflete uma grande dívida em relação à população do EJA, que é de fácil identificação: formada essencialmente por trabalhadores que vivem realidades diversas e de grandes adversidades em espaços periféricos das cidades e de vulnerabilidade social, entre outros. Ou seja, trata-se do ser preto, pobre, da zona rural ou não, e/ou indínega.
Gilvane destacou a Meta 9 do PNE que traça para até 2024, um plano para erradicar o analfabetismo de jovens e adultos e os números que revelam que a região Nordeste conta com a maior população não alfabetizada do Brasil. No ranking por gênero, as mulheres pardas e pretas são as que mais desistiram das escolas. Indo mais adiante dos números estatísticos, a fragilidade da EJA, está também no grande desafio da formação de professores – assim como também é para a Educação em Tempo Integral. Para piorar, as situações foram agravadas pela pandemia do Coronavírus, que, além das dificuldades tecnológicas (exclusão e do analfabetismo digital). “Os municípios demoraram muito a tomar medidas de reorganização, e quando o fez, muitas dessas alunas/mães desistiram do estudo – às vezes por ter apenas um único celular casa e a prioridade era das crianças.”